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quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

SÍNDROME DAS PERNAS INQUIETAS



Síndrome das pernas inquietas, ou síndrome de Ekbom, é um distúrbio que se caracteriza por alterações da sensibilidade e agitação motora involuntária dos membros inferiores, mas que pode acometer também os braços nos casos mais graves. Em geral, os sintomas são mais intensos à noite e o paciente dorme mal ou quase não dorme. Como consequência, passa o dia sonolento, cansado, indisposto e irritado.
O fato de a síndrome manifestar-se predominantemente nos momentos de repouso, a qualidade de vida fica comprometida, uma vez que a pessoa não consegue ir ao cinema ou ao teatro, ver televisão, participar de uma reunião social ou de negócios, ou fazer viagens mais longas.
Sintomas
Os principais sintomas são: sensação de desconforto e necessidade premente de mover as pernas, dor, formigamento, arrepios, pontadas. A intensidade pode variar de leve a grave e diminui com o movimento. Em geral, eles se manifestam a noite e impedem que a pessoa tenha um sono reparador. Como consequência, no dia seguinte, ela está sonolenta, cansada, mais propensa a irritar-se facilmente e à depressão.
Cafeína em excesso e tabagismo pioram os sintomas.
Causas
A causa da síndrome não é bem conhecida. Sabe-se que, além da predisposição genética, a deficiência de dopamina e de ferro em áreas motoras do cérebro está associada à ocorrência de movimentos involuntários e repetitivos característicos da síndrome.
Diagnóstico
O diagnóstico é predominantemente clínico, fundamentado na descrição dos sintomas. Embora raramente essa síndrome tenha como causa uma polineuropatia, é indispensável avaliar os reflexos, a sensibilidade ao toque e a intensidade da dor.
A polissonografia e a dosagem dos teores de ferritina e tranferrina, substâncias que transportam o ferro no sangue periférico, são exames laboratoriais que ajudam a confirmar o diagnóstico.
Prevalência
A síndrome pode manifestar-se em qualquer faixa de idade. Mais rara na infância, acomete principalmente a população adulta e sua incidência aumenta com o envelhecimento.
Tratamento
Nos casos mais leves, recomenda-se o uso de benzodiazepínicos. Nos mais graves, pode-se recorrer a medicamentos, como o pramipexole e o ropinele, que estimulam os receptores de dopamina no cérebro sem aumentar seu nível no sangue periférico.
Importante: o Departamento de Medicina e Biologia do Sono da UNIFESP (tel 11-2108-7633) atende pacientes com a síndrome pelo SUS.

Recomendações
* Criança inquieta na hora de dormir, que chora, resmunga e mexe muito as pernas, pode não estar fazendo manha. Leve-a ao pediatra para afastar a possibilidade de ter desenvolvido os sintomas da síndrome das pernas inquietas;
* Da mesma forma, aja com os idosos. Não atribua a agitação e as queixas à perda das faculdades mentais. Sedá-los pode piorar muito o quadro, se o problema for a síndrome das pernas inquietas;
* O agravamento dos sintomas pode tornar insuportável a vida do portador da síndrome e da pessoa com quem divide a cama ou o quarto. Só o tratamento adequado é capaz de controlar as crises e aliviar os sintomas que, na maior parte das vezes, pioram à noite. Não se automedique; procure assistência médica especializada;
* O consumo de cafeína, álcool e cigarro é absolutamente desaconselhado. Faça um esforço e tente excluí-los do seu dia a dia;
* Medicamentos antidepressivos e neurolépticos podem desencadear uma síndrome semelhante à das pernas inquietas. Esteja atento.
Dr.Drauzio Varela

CÂNCER DE MAMA: EPIDEMIOLOGIA E PREVENÇÃO


Do Blog do Draúzio varela

Sérgio Simon é médico oncologista e trabalha no Hospital Albert Einstein
No início do século passado, a maioria das mulheres casava por volta dos 15 anos, antes mesmo da primeira menstruação e, tão logo esta ocorria, engravidavam. No decorrer da vida reprodutiva, tinham vários filhos que amamentavam por longos períodos, diminuindo, assim, sensivelmente, o número de episódios menstruais que tinham durante toda a vida.
Hoje, não é raro encontrar meninas que menstruam aos 11 ou 12 anos, a menopausa está cada vez mais tardia e o número de filhos, muito menor.
Essa nova realidade torna as mulheres mais vulneráveis à ação dos hormônios femininos, o estrógeno e a progesterona, que exercem impacto importante no aparecimento do câncer de mama, doença diagnosticada atualmente em mulheres cada vez mais jovens e cuja incidência tem aumentado significativamente nas últimas décadas.
AUMENTO DOS CASOS DE CÂNCER DE MAMA
Drauzio – Estão aumentando os casos de câncer de mama ou os diagnósticos estão ocorrendo mais precocemente?
Sergio Simon – As duas hipóteses são verdadeiras. Na verdade, entre 1950 e 2000, nos Estados Unidos foi detectado um aumento significativo na incidência de câncer de mama. Além disso, os diagnósticos estão se tornando cada vez mais precoces. Hoje se sabe que, em cada nove mulheres americanas, uma vai desenvolver tumor de mama e as estatísticas brasileiras não devem estar muito distante desses números.
FATORES PREDISPONENTES
Drauzio – Que mudança no estilo de vida da mulher moderna justifica o aumento do número de casos?
Sergio Simon – Provavelmente, uma série de fatores contribui para o aumento do número de casos. Entre eles destacam-se a dieta ocidental moderna com alto teor de gordura, a vida sedentária e a obesidade. Sabe-se que mulheres que fazem exercícios regularmente têm níveis hormonais bastante mais baixos do que as obesas. Portanto, exercícios físicos e dieta com pouca gordura podem ser considerados fatores protetores contra o câncer de mama. Além disso, pode-se considerar, como fatores predisponentes, a reposição hormonal e a predisposição genética. Esta última é responsável por 1% a 10% dos casos da doença.
MENARCA PRECOCE E MENOPAUSA TARDIA
Drauzio – Qual a influência da primeira menstruação precoce e da menopausa tardia na incidência do câncer de mama?
Sergio Simon – Quanto mais anos a mulher ficar exposta à variação hormonal característica dos episódios da menstruação, maior será o risco de desenvolver câncer de mama.
Menstruação precoce e menopausa tardia estão associadas ao aumento do número de menstruações e, consequentemente, à ação prolongada do estrógeno circulando mais tempo pelo organismo.
Além disso, é importante observar que, no passado, a mulher tinha dez ou doze gravidezes e consequentemente passava muitos anos sem menstruar. Hoje em dia, ela tem um ou dois filhos, o que a torna mais vulnerável a variações hormonais importantes para o aparecimento do câncer de mama.
OBESIDADE E CÂNCER DE MAMA
Drauzio – Muita gente acha que o tecido gorduroso é inerte, um simples acúmulo de células que serão gastas no momento em que o corpo precisar de energia. Hoje sabemos que se trata de um tecido endócrino, que produz hormônios. Qual o peso da obesidade no câncer de mama?
Sergio Simon – A mulher que tem muito tecido gorduroso produz quantidade maior de hormônios. Existem enzimas nesse tecido que transformam o colesterol em hormônios femininos. Portanto, mulheres obesas têm nível maior de hormônio feminino circulante o que as torna mais vulneráveis ao câncer de mama.
Drauzio – Quer dizer que, a imagem do doente magro, fraco e debilitado está em desacordo com o aspecto das portadoras de câncer de mama?
Sergio Simon – Realmente, na maioria dos casos, a doença manifesta-se em mulheres mais obesas.
HORMÔNIO FEMININO E CÂNCER DE MAMA
Drauzio – Qual a relação entre o hormônio feminino (especialmente o estrógeno) e o câncer de mama, já que essa doença nos homens, embora ocorra, é bastante rara?
Sergio Simon – Uma das funções do hormônio feminino é manter as células do duto mamário em atividade, é mantê-las crescendo e produzindo leite. O hormônio feminino é, portanto, excitatório para as células da mama que, em certos casos, podem multiplicar-se desordenadamente. Como produz pouquíssimo hormônio feminino, o homem está menos sujeito a esse processo de excitação das células mamárias, embora não esteja livre dele. Em geral, os casos de câncer de mama masculino estão ligados a fatores familiares.
POPULAÇÃO FEMININA DE RISCO
Drauzio – Definir os fatores de risco para determinadas doenças, se não ajuda a prevenir seu aparecimento, pelo menos facilita o diagnóstico precoce. No câncer de mama, quais as populações de mulheres que correm risco maior de desenvolver a doença?
Sergio Simon – Vamos primeiro tratar do risco básico. Ao longo da vida, o risco de 
uma mulher não obesa, que não faça reposição hormonal nem tenha histórico familiar da doença, gira em torno de 10%. Se tiver parente de primeiro grau (mãe ou irmã) com a doença, o risco sobe para 13%. Entretanto, se existirem vários casos na família e se for detectada uma mutação em determinados genes, esse risco salta para 70%, 80%. É um risco altíssimo. Por isso, é importante que os médicos saibam localizar esses agrupamentos familiares para fazer o diagnóstico e o aconselhamento genético dessas mulheres.
Vejamos o seguinte exemplo. O gene do câncer de mama pode ser transmitido por via paterna, isto é, do pai para as filhas. Imaginemos (figura do lado esquerdo) um homem com um par de genes constituído por um gene defeituoso e um normal, casado com uma mulher que tenha os dois genes normais. Esse homem vai transmitir seu gene defeituoso para metade de sua prole. Digamos que o casal tenha quatro filhas. Provavelmente duas terão o gene defeituoso e duas, o gene normal. O risco de câncer de mama para as primeiras é de 10%, mas sobe para 60%, 70% ou 80% para as que herdaram o gene defeituoso. É essa população que nos interessa localizar para fazer o aconselhamento genético.

RETIRADA PREVENTIVA DA MAMA
Drauzio - É para essas mulheres, uma porcentagem muito pequena diante do total de casos da doença, que se justifica a retirada preventiva das mamas?
Sergio Simon – Um trabalho na área da genética, iniciado no Hospital das Clínicas e agora realizado no Hospital Albert Einstein, procura localizar esses casos de mutação de genes e detectar, dentro das famílias, todas as pessoas portadoras da mutação. Para as mulheres portadoras de mutação, mas que ainda não desenvolveram câncer de mama, uma das opções é realmente a cirurgia preventiva. Retiradas as glândulas mamárias, é feita uma reconstrução imediata das mamas como a realizada nas cirurgias estéticas. Para nossa surpresa, em alguns casos, sem que houvesse um diagnóstico anterior, foram encontradas lesões cancerígenas microscópicas nessas mamas de alto risco.
Drauzio – Para essas mulheres, considerando um risco de certa forma teórico, não há de ser uma decisão fácil optar pela retirada do seio que ainda está normal? 
Sergio Simon – Está comprovado que para essas mulheres o risco de câncer de mama aumenta muito a partir dos 30 anos e o de câncer de ovários, a partir dos 35 anos. Por isso, aconselha-se que tenham todos os filhos que desejarem e depois, por volta dos 35 anos, submetam-se a uma cirurgia de retirada dos ovários. Essa intervenção reduz a incidência de câncer de ovário em mais ou menos 90% e – descoberta relativamente recente – o risco de câncer de mama em 50%.
A retirada das mamas, ou mastectomia profilática, precisa ser muito discutida com a paciente. Apoiada por uma equipe de psicólogos que faz parte de nosso grupo, ela deve conversar com seus familiares e com o marido, enfim, com as pessoas que irão ajudá-la a decidir. Se optar pela cirurgia, trata-se de uma operação razoavelmente fácil e de bom prognóstico. Não é que o risco de câncer de mama desapareça por completo, mas ele baixa dos 80% iniciais para 1% ou 2%.

PREDISPOSIÇÃO GENÉTICA
Drauzio – Os testes para a detecção desses genes são complexos e só podem ser realizados em grandes centros por médicos especializados nessa área. Quais são as mulheres que devem submeter-se a essa avaliação?
Sergio Simon – Em geral, um indício é a ocorrência de pelo menos dois ou três casos de câncer de mama em mulheres com menos de 50 anos na mesma família. Então, se a mulher tem história de mãe, tia ou prima que desenvolveram câncer de mama ainda jovens, pode ser que faça parte de uma família com mutação genética e deve procurar um laboratório credenciado para realizar esses exames.
MEDIDAS PREVENTIVAS
Drauzio – Já que apenas uma minoria apresenta alto risco de desenvolver câncer de mama, que cuidados devem tomar as outras mulheres para prevenir essa doença, uma vez que nas fases iniciais ela é facilmente curável e, nas mais avançadas, é bastante difícil de tratar?
Sergio Simon – No começo do século XX, quando começaram a ser realizadas as primeiras cirurgias de câncer de mama, em geral, as mulheres procuravam o médico num estágio tão avançado da doença que inviabilizava a intervenção cirúrgica, porque a mama já estava parcialmente destruída pelo tumor. Nessa época, começou-se a preconizar a importância do autoexame, insistindo em que as próprias mulheres procurassem nódulos em suas mamas.
Hoje, embora o autoexame não deva ser abandonado, o interesse é diagnosticar precocemente o câncer numa fase em que nem a mulher nem o médico conseguem palpar a lesão, porque ela é ainda microscópica. Muitas vezes, o carcinoma é não invasivo, está localizado num pequeno duto da mama e praticamente não apresenta risco, pois a chance de cura atinge 95% dos casos.
Para que isso aconteça, a mulher tem de submeter-se a um programa rotineiro de mamografias. A recomendação é que a partir dos 40 anos mulheres que não apresentem fatores de risco nem história familiar da doença façam mamografia a cada dois anos. A partir dos 50 anos até os 75 anos, porém, esse exame deve ser repetido todos os anos. Depois dos 75 anos, o câncer de mama deixa de constituir risco importante para a mortalidade da mulher idosa.

MAMOGRAFIA: EXAME INDISPENSÁVEL
Drauzio – Como é realizado o exame da mamografia e porque é tão importante para o diagnóstico precoce da doença?
Sergio Simon – A mamografia é um exame de raios X da mama. Como é formada por um tecido bastante denso, para obter uma imagem clara, faz-se necessário comprimi-la entre duas placas de acrílico para que o tecido fique distribuído de maneira uniforme. Atualmente, com uma dose mínima de raios X, consegue-se uma imagem de transparência da mama bastante nítida que nos permite procurar principalmente microcalcificações. Em sua fase inicial, o câncer de mama aparece como pequenos focos de calcificação de aspecto muito sugestivo localizados dentro do duto mamário. À medida que o tumor cresce, vai adquirindo aspecto mais denso e a forma de uma lesão estrelada bastante característica.
A mamografia requer muita habilidade e competência do radiologista porque é um exame difícil de ser lido.

MICROCALCIFICAÇÕEX BENIGNAS E MALIGNAS
Drauzio – Muitas mulheres têm microcalcificações no seio que não representam perigo, não é mesmo?
Sergio Simon - São muito comuns as microcalcificações benignas que não requerem a realização de biópsias. Por outro lado, é importante lembrar que mais ou menos 15% dos cânceres de mama não são detectados pela mamografia. Por quê? Primeiro, porque não existem microcalcificações; segundo, porque é igual a densidade do nódulo e da mama e, como não há contraste entre os dois tecidos, nada aparece na imagem. Embora a mamografia normal não exclua completamente a possibilidade da doença, na dúvida, representa um indício importantíssimo para prosseguir a investigação diagnóstica.
CISTOS MAMÁRIOS
Drauzio – As mulheres que têm cistos mamários correm risco maior de desenvolver câncer de mama?
Sergio Simon – Na grande maioria dos casos, o cisto mamário é uma lesão completamente benigna que consiste num acúmulo de líquido sem maior significado dentro da mama. Não passa de uma pequena bolha de água que pode ser esvaziada com uma agulha. O risco, no entanto, aumenta se existir uma parte sólida crescendo dentro dessa bolha o que não costuma ocorrer com frequência.
IMPORTÂNCIA DO ULTRASSOM
Drauzio – As mulheres poderiam substituir a mamografia, exame que exige a compressão da mama, pelo ultrassom, que é mais simples de fazer e menos doloroso?
Sergio Simon – A mama é um órgão relativamente grande para ser examinado pelo ultrassom em todas as minúcias. Por isso, lesões muito pequenas podem passar despercebidas.
Em nenhum lugar do mundo o ultrassom é indicado como substituto da mamografia. No entanto, ele pode ser indicado como excelente complemento da mamografia para examinar com cuidado uma lesão duvidosa existente em determinada área da mama. Por outro lado, existem lesões que não aparecem na mamografia, mas aparecem no ultrassom. Por isso, ele deve ser pedido se alguma anormalidade for percebida em qualquer região da mama.
OUTROS CUIDADOS IMPORTANTES
Drauzio – Você destacou a importância da mamografia para o diagnóstico precoce do câncer de mama. O que mais a mulher pode fazer nesse sentido?
Sergio Simon – Outro conselho importante é que as mulheres sejam examinadas pelo médico a cada seis meses. Pelo médico ou por uma pessoa treinada em realizar exames de mama, já que em vários países existem grupos de enfermeiras preparadas para fazer esse exame com habilidade e eficácia comprovadas.
O fato de as mulheres serem examinadas por um profissional a cada seis meses e submetidas às mamografias de rotina provavelmente sugere menor necessidade de fazer o autoexame.

Drauzio – Para que mulheres você indica a mamografia antes dos 40 anos? 
Sergio Simon – A mamografia anual é indicada precocemente aos 25 anos para as mulheres que pertencem a famílias de risco. Devem fazer o exame também antes dos 40 anos as mulheres que apresentarem um nódulo ou outro qualquer sinal suspeito na mama.
NÚMERO DE FILHOS, AMAMENTAÇÃO E CÂNCER DE MAMA
Drauzio – Existe relação entre número de filhos, amamentação e câncer de mama?
Sergio Simon – No passado, atribuiu-se à amamentação a propriedade de diminuir o risco de a mulher ter câncer de mama. Hoje se sabe que, se existe, essa proteção é muito pequena; o que realmente pesa como fator protetor é o número grande de gestações, uma vez que, durante a gravidez, a mama deixa de sentir os efeitos do ciclo menstrual.
IMPORTÂNCIA DA INVESTIGAÇÃO GENÉTICA
Drauzio – Que orientação deve receber uma moça preocupada porque tem um parente de segundo grau com câncer de mama?
Sergio Simon – Ela deve receber a orientação padrão dada a todas as mulheres que não fazem parte dos 10% que pertencem ao grupo de risco e  precisam fazer o teste de mutação genética, ou seja, ela deve fazer mamografia a cada dois anos depois que completar 40 anos, e anualmente depois dos 50 anos.
Drauzio – Embora a incidência de câncer de mama gire em torno de 10% na população em geral, algumas famílias apresentam número maior de casos, não é mesmo?
Sergio Simon – Isso de fato acontece. Às vezes, aparecem dois ou três casos de câncer de mama na mesma família sem que haja indicação de qualquer fator predisponente para a doença. Conheço uma família de imigrantes da Hungria em que cinco das seis irmãs tiveram câncer de mama. Essas mulheres foram amplamente estudadas e não foi encontrada nenhuma alteração nos genes que controlam esse tipo de câncer. Diante disso, só existem duas explicações: ou foi uma terrível coincidência, ou elas possuem um gene desconhecido que sofre mutação e as predispõe para o câncer de mama. É mais provável que a segunda hipótese seja a verdadeira.
Drauzio  E as famílias que têm homens com câncer de mama?
Sergio Simon – Homens com câncer de mama sempre levantam a suspeita de mutação genética num dos dois genes já mencionados. Nesse caso, toda a família deve ser testada para verificar se realmente existe predisposição familiar.
Drauzio – Vamos imaginar o caso hipotético de uma mulher que teve câncer de mama aos 30 anos. Com que idade e frequência a filha dessa mulher deve começar a fazer mamografias?
Sergio Simon – Se o caso da mãe for o único na família, a filha é considerada uma mulher de risco pouco elevado e deve seguir o padrão normal da indicação das mamografias. Se a família, porém, for muito pequena e não houver possibilidade de levantamento do histórico familiar – a mãe era filha única e a avó morreu cedo de causa desconhecida – é importante pedir-lhe o teste de mutação genética.
Drauzio – Mesmo que o teste dê negativo, mulheres que pertençam a famílias com mutação genética devem começar a fazer mamografia mais cedo?
Sergio Simon – Não. Mesmo nas famílias portadoras de mutação genética, com alto risco de câncer de mama, as mulheres que apresentam teste negativo correm o risco normal de 10% de contrair a doença.
Drauzio – Na impossibilidade de obter o teste o que o médico deve fazer?
Sergio Simon – O aconselhamento torna-se muito difícil, quando não se têm dados objetivos na mão. Se na família existem quatro ou cinco casos de câncer de mama, inclusive um homem, sobe para 90% a possibilidade de alterações genéticas naquele grupo familiar. Isso justifica tratar todas as pessoas daquela família como portadoras de mutação genética, mesmo que não o sejam.
A propósito, acho interessante citar o caso de uma família paquistanesa aqui no Brasil que sigo desde 1990. São seis casos de câncer de mama em mulher e doisem homem. Antes mesmo de ter o teste de mutação genética à disposição, já se sabia que o resultado seria positivo. No entanto, um dos casos de câncer de mama ocorreu numa mulher com teste negativo, que não tinha mutação genética. Ela fazia parte dos 10% da população sem mutação genética que desenvolve a doença.

CÂNCER DE MAMA E IMPLANTE DE SILICONE
Drauzio – É procedente a relação entre câncer de mama e os implantes de silicone?
Sergio Simon – O risco de câncer de mama não aumenta com os implantes de silicone. Na verdade, o silicone não causa câncer de mama, mas pode provocar uma doença reumática e dores articulares quando vaza da prótese.
REPOSIÇÃO HORMONAL: PRÓS E CONTRAS
Drauzio  Qual a influência da reposição hormonal no câncer de mama?
Sergio Simon – Nem todas as mulheres têm necessidade fisiológica de fazer reposição hormonal. Muitas fazem esse tratamento por motivos estéticos, para ficar com aparência mais jovem ou porque está na moda e alguns médicos recomendam. Para essas, a reposição hormonal é desaconselhada.
Outras, no entanto, precisam dessa reposição porque apresentam alterações de comportamento, depressão e osteoporose. Para aquelas em que a perda de cálcio pode implicar problemas graves no futuro como fraturas, dores, perda de altura, deformidades na coluna, a reposição hormonal deve se indicada, porque os benefícios que trará superam, com vantagem, o pequeno aumento no risco de incidência de câncer de mama.

Drauzio – Ao contrário do que se preconizava há dez anos, atualmente a reposição hormonal não deve ser indicada para todas as mulheres.

Sergio Simon – Está na hora de parar com a indicação de reposição hormonal para todas as mulheres, mesmo porque estudos recentes demonstram um pequeno mas substancial aumento no risco de câncer de mama nas mulheres submetidas a esse tratamento.
ESTILO DE VIDA E CÂNCER DE MAMA
Drauzio – Em relação ao estilo de vida a ser adotado, que conselhos você daria às mulheres que têm risco normal de desenvolver câncer de mama?
Sergio Simon – É muito difícil aconselhar mudanças no estilo de vida, porque não se conhece a maioria dos fatores que provocam câncer de mama. No entanto, é sempre aconselhável prestar atenção à dieta. Evitar alimentos com alto teor de gordura animal parece ser uma medida benéfica na prevenção do câncer de mama. Além disso, vale a pena destacar a importância dos exercícios físicos. Recentemente um estudo americano demonstrou que a incidência desse tipo de câncer diminui nas mulheres que praticam exercícios regularmente quatro vezes por semana.

SAÚDE INCLUI 11 NOVAS CIRÚRGIAS NA TABELA DO SUS


O Ministério da Saúde incluiu 11 novos procedimentos cirúrgicos oncológicos na tabela SUS. Entre as novidades estão: linfadenectomia mediastinal, linfadenectomia seletiva guiada, reconstrução para fonação – a tabela do SUS incluía a prótese, mas não o ato operatório para sua implantação –,  traquestomia transtumoral, ressecção de pavilhão auricular, ressecção de tumor glômico, ligadura de carótida, colecistectomia, ressecção ampliada de via biliar extra-hepática, reconstrução com retalho osteomiocutâneo e timectomia.
Até agora, eram 121 tipos de tratamentos nessa área. Com os novos  procedimentos, o governo vai gastar 121% a mais do que em 2011, somando R$ 380,3 milhões para cirurgias oncológicas.
Em nota oficial, o ministro da saúde, Alexandre Padilha, afirmou que a ampliação tem como intuito melhorar a qualidade do atendimento público. “O objetivo destas medidas é instalar serviços onde não existem hoje, estimular os serviços que já existem a produzir mais e, com isso, reduzir o tempo de espera para tratamento do câncer”.
Os gastos do governo federal com assistência oncológica aumentaram 26% entre 2010 e 2012,  saltando de R$ 1,9 bilhão (em 2010) para R$ 2,4 bilhões (estimativa para 2012).

BRASIL PASSA A PRODUZIR ALIMENTOS BIOFORTIFICADOS



O Brasil já está produzindo alimentos biofortificados, que contêm o dobro de vitaminas. Os produtos, desenvolvidos pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), vão ser aliados importantes no combate à desnutrição.
A biofortificação de alimentos é um processo que  gera espécies de vegetais com maiores teores de micronutrientes por meio do cruzamento de plantas da mesma espécie.
No Brasil, já são cerca de 1,2 mil famílias plantando alimentos biofortificados, com expectativa de se chegar a 15 mil nos próximos três anos. O foco do projeto é favorecer a população da Região Nordeste. Atualmente, a Embrapa desenvolve sete variedades agrícolas: abóbora, arroz, batata-doce, feijão, feijão caupi, mandioca e milho.
Em 2014, a Embrapa pretende desenvolver um teste de impacto nutricional com a população para medir e comparar os resultados dos alimentos biofortificados e dos convencionais.
Outras informações podem ser acessadas na própria página do projeto.
Veja a tabela comparando o teor de vitamina de alguns alimentos convencionais com os biofortificados, referente a 1kg de alimento:

Fonte: Embrapa







MENINAS DE 11 A 13 ANOS DO DF VÃO RECEBER VACINA CONTRA HPV



A partir de março de 2013, meninas de 11 a 13 anos que estudam em escolas públicas e privadas do Distrito Federal vão receber a vacina contra o HPV (papilomavírus humano). Mediante autorização dos pais, as jovens nessa faixa etária poderão tomar as três doses da imunização (uma por mês) gratuitamente no colégio em que estudam.
Em setembro de 2012, o Senado aprovou o projeto de lei que garante às meninas na faixa de 9 a 13 anos o direito de receber gratuitamente na rede pública de saúde a vacina contra o HPV. Mas a Secretaria de Saúde do DF, em parceria com a Secretaria de Educação, decidiu a princípio imunizar apenas meninas de 11 a 13 anos em razão do preço elevado da vacina. Nos próximos anos, o objetivo é que toda a faixa etária prevista no projeto receba a dose.
A vacina contra o HPV é nova no calendário de vacinação da rede pública, mas tem eficácia garantida. Reações adversas como febre podem ser registradas, assim como em qualquer outro processo de imunização.
Atenção: a vacina protege apenas contra o HPV e não contra as demais DST (doenças sexualmente transmissíveis)
Por Tainah Medeiros

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Curso de Especialização Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana



 A data de inscrição para o processo seletivo do curso de especialização Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana foi prorrogada para até o dia 04 de fevereiro de 2013.
O curso é realizado pela modalidade ensino  à distância-EAD. É um curso gratuito e vale a pena tentar conquistar uma vaga


1 - OBJETIVO DO CURSO
Qualificar profissionais que atuam no Sistema Único de Saúde - SUS em colaboração com a Área Técnica de Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde – CGSAT/DSAST/SVS para incorporar as relações entre produção, ambiente e saúde às práticas de saúde, de modo a solucionar problemas concretos, considerando o processo produtivo como determinante do processo saúde-doença e da degradação ambiental. 

2 - PÚBLICO ALVO
Visando atingir os objetivos, os candidatos serão indicados pela Área Técnica de Saúde do Trabalhador  do 
Ministério da Saúde – CGSAT/DSAST/SVS, dentre os Profissionais graduados em Curso Superior (bacharelado) reconhecido pelo MEC, em área relacionada à Saúde, Trabalho e Ambiente. 


domingo, 6 de janeiro de 2013

PALESTRA SOBRE O DIABETES

TUDO SOBRE OS DENTINHOS DAS CRIANÇAS

Um sorriso lindo
Um belo dia, naquele sorriso tão familiar, surge uma novidade: nasceu o primeiro dentinho do bebê! O evento é logo comunicado aos avós, tios,amigos,e é mais uma pequena festa para a família. Essa festa começou a ser preparada bem antes - você sabia que os germes dos dentes já surgem nas primeiras semanas de gestação?
Amamentar é precisoO leite materno é o alimento ideal para o recém-nascido; e o seio da mãe, a forma perfeita para o bebê ter uma boa dentição.
Os movimentos e a força de sucção que o bebê faz ao mamar no peito fortalecem os músculos faciais.

É com essa "musculação" que seu filho, além de ganhar aquelas bochechas irresistíveis, vai desenvolver e posicionar corretamente o osso da mandíbula na face.
Todo bebê, ao nascer, tem a mandíbula bem pequena e voltada
 para trás. Para poder sugar o leite da mãe, ele terá de posicionar a língua e a boquinha de tal forma que, aos poucos, a mandíbula chegará à posição correta. É por isso que amamentar o bebê no seio durante os primeiros 6 meses de vida ajuda a garantir, mais tarde, uma boa mordedura, a mastigação e a deglutição corretas dos alimentos.
Isso não significa que a impossibilidade de amamentar no seio prejudique necessariamente a futura arcada dentária de seu filho. Mas são precisos alguns cuidados básicos para a mamadeira não atrapalhar o bom desenvolvimento da dentição da criança.

Boa de bico
Com formato e tamanho diferentes do seio materno, a mamadeira exige vários movimentos de sucção do bebê. Se repetidos por muito tempo, esses movimentos podem, de fato, comprometer diversas funções orais da criança (como a mastigação ou a fala). Os bicos anatômicos são uma forma de diminuir as diferenças de sucção e, portanto, problemas futuros.
O tamanho do furo por onde sai o leite também é crucial.
Evite cair na tentação de aumentar o furo do bico para deixar o bebê mamar mais fácil e rapidamente; fazer uma certa força ao sugar é fundamental para tonificar os músculos da face e desenvolver a mandíbula.

Dentinho à vista 
Em geral, o primeiro dentinho só vai nascer quando o seu bebê estiver com cerca de 6 meses, mas essa história começa bem antes - ainda no útero.
Na nona semana de gestação, já surgem os germens dos dentes; no quinto mês da gravidez, começa a se desenvolver o esmalte. Há uma crença segundo a qual a azia da grávida é sinal de que os futuros dentes estão se formando. A relação é a apenas temporal: como a partir do quinto mês aumenta a pressão do útero sobre os órgãos do aparelho digestivo, pode ocorrer azia, mas isso não tem nada a ver com os dentinhos que estão, nessa mesma época, em fase de formação.

Alimentação caprichada
Estudos indicam que é também nessa fase da gravidez que o feto começa a formar o paladar. Mais um motivo para a gestante caprichar numa alimentação equilibrada, rica e variada. Além de garantir os nutrientes necessários ao desenvolvimento geral do bebê (dentinhos incluídos), talvez já seja possível apresentar os sabores de diversos alimentos ao repertório gustativo da criança. Especulações à parte, o fundamental é garantir todos os nutrientes durante os nove meses da gestação e, no acompanhamento pré- natal, avaliar com o médico se há necessidade de alguma suplementação de vitaminas ou sais minerais.
Turminha de leite
Voltando à parte mais comemorada dessa história, aquela do aparecimento do primeiro dentinho: nem sempre isso acontece em torno do sexto mês, que é apenas uma data padrão. Variações individuais podem adiantar ou atrasar essa data, sem prejuízo ou vantagem para a criança.O importante é que, até os 3 anos, ela esteja com a primeira dentição completa:
20 pequenos dentinhos de coloração leitosa, 10 no arco dentário superior e outros 10 no arco inferior.
Assim como a data do primeiro dente, a seqüência dos outros varia, mas em geral segue uma ordem: os da frente vêm antes do que os detrás, os de baixo nascem primeiro do que seus correspondentes de cima.
Quando eles costumam aparecer
6 meses:
incisivos centrais inferiores
7 meses:
incisivos laterais inferiores
7 meses e meio:
incisivos centrais superiores
9 meses:
incisivos laterais superiores
12 meses:
primeiros molares inferiores
1 ano e 2 meses:
primeiros molares superiores
1 ano e 4 meses:
caninos inferiores
1 ano e meio:
caninos superiores
1 ano e 8 meses:
segundos molares inferiores
2 anos:
segundos molares superiores





De mãe para filho 
Do mesmo modo que a mãe transfere nutrietes ao feto e depois fatores imunológicos ao bebê na amamentação, bactérias do corpo materno também são transmitidas ao filho. É o que pode ocorrer com as bactérias causadoras da cárie. Por isso é importante não descuidar da saúde da boca durante a gestação.
Quanto mais cáries a grávida tiver, mais propenso o bebê ficará a desenvolvê-las. Os cuidados, é claro, devem continuar após o nascimento e por toda a vida - bons hábitos como os de higiene bucal, também são "transmissíveis".
Uma precaução especial deve ser tomada quando o bebê começa a comer papinhas e outros alimentos além do leite. Muita gente não se dá conta, mas o ato inocente de provar a comida do bebê na mesma colher que ele utilizará pode passar bactérias da boca do adulto para o bebê, que ainda não produziu anticorpos para combatê-las. Ou seja, a possibilidade de ele desenvolver cáries é bem maior.


O nascimento dos primeiros dentes é acompanhado por muita expectativa e dúvidas. Veja as mais comuns e curta esse momento com tranqüilidade.

É normal o bebê ficar irritado quando o dentinho está para nascer?
Sim, porque a pressão do dente para sair da gengiva causa coceira e desconforto.

A erupção do dente causa dor ou sangramento?
Não. Apesar da coceirinha desconfortável, o bebê não sente dor e a gengiva não sangra.

A gengiva muda de aspecto quando o dente vai nascer?
Podem surgir pontos roxos (hematomas). Isso é mais comum na região dos molares.

Por que o bebê saliva mais na época de nascerem os dentes?
O aumento da salivação pode estar relacionado à coceira, que faz o bebê mexer mais a boca, morder objetos, etc. Mas pode ser apenas sinal da maturação das glândulas salivares, que costuma ocorrer na mesma época dos primeiros dentes.

O nascimento do dente pode causar febre?
É até possível ocorrer um discreto aumento da temperatura por causa do rompimento da gengiva, mas é uma febre baixa e passageira. Se persistir, procure o pediatra.

E diarréia?

Muitas mães relatam episódios de diarréia na época do nascimento dos dentes. Como nessa fase o bebê está sempre colocando a mão e objetos na boca, pode ser contaminado pela sujeira. Além disso, a época dos primeiros dentes costuma coincidir com a introdução de novos alimentos; na transição do leite materno para as papinhas podem ocorrer diarréias eventuais, que logo passam.
Alívio imediato O melhor amigo do bebê na hora em que o dente está para nascer é um mordedor. Ele tem a forma ideal para massagear as gengivas sem machucar, aliviando a coceira. São feitos com materiais esterelizáveis e muitos deles têm dentro um gel que os mantêm geladinhos (é só deixar o mordedor por um tempo na geladeira).
Aí, é melhor ainda: o frio dá uma anestesiada nas gengivas e bom alívio. Por isso é bom oferecer bebidas geladas quando o bebê está sentindo muita coceira. Alimentos frios e mais durinhos também ajudam a massagear as gengivas.
Além disso, há pomadas e soluções com substâncias analgésicas, como a xilocaína, que diminuem o desconforto do bebê. Pergunte ao pediatra ou ao dentista se esses produtos podem ser usados no seu filho.
Aviso ao naveganteDente de leite não é para sempre, mas, se não for cuidado com muito carinho, pode criar problemas para a vida toda.

Veja aqui dez motivos para tratar os dentes de leite com todo o respeito.
1- Eles são fundamentais para a criança adquirir as funções de mastigação.

2- Os dentes de leite ajudam o desenvolvimento da parte óssea da face.

3- A primeira dentição contribui para a formação de uma arcada harmônica.

4- Os primeiros dentes têm um papel muito importante no desenvolvimento da fala.

5- Quando perde o dente de leite antes da hora, a criança pode ter dificuldade para articular certos fonemas.

6- A manutenção do espaço para o permanente é garantida pelo dente de leite.

7- O dente de leite orienta a erupção do permanente, para que este não nasça torto ou inclinado.

8- Infecções na primeira dentição podem afetar o germe do dente permanente.

9- A falta precoce e prolongada de um dente de leite pode causar falhas estéticas, com conseqüências psicológicas para a criança.

10- A perda precoce dos dentes de leite propicia a instalação de mal-oclusões na dentição permanente.
Mamada noturna Quanto mais cedo a mãe conseguir eliminar a mamada do meio da noite, melhor para os dentes de leite. É que ela é um prato cheio para as bactérias causadoras da cárie.
A dificuldade de fazer a higiene correta dos dentes do bebê faz com que uma maior quantidade de lactose (o açúcar do leite) fique por mais tempo fermentando na boca, produzindo um meio propício à proliferação das cáries. Além disso, a produção de saliva (que é um protetor natural contra as cáries) diminui durante a noite, facilitando a ação das bactérias.
Vamos mastigar
Para seu filho crescer com dentes saudáveis, mastigar é preciso. Por isso, depois que o bebê sai da fase de sucção (a partir dos 6 meses), é importante dar a ele, aos poucos, sopas menos líquidas. Da papinha aos pedaços de frutas mais moles e legumes cozidos, depois pedacinhos de frutas e legumes mais resistentes, até o bifinho -com 3 anos, eles já têm de estar comendo de tudo. Alimentos que exigem mais mastigação ajudam a desenvolver os maxilares, massageiam as gengivas (um alívio quando um novo dente está para nascer) e colaboram para o posicionamento correto dos dentes. Promovem ainda uma autolimpeza da boca, ao remover resíduos de alimentos aderidos aos dentes. Na fase da dentição mista,quando os dentes de leite começam a ser trocados, esses alimentos são fundamentais para o processo de reabsorção da raiz dos dentes de leite e para estimular a erupção dos permanentes.
Refrigerantes: atenção redobrada Os refrigerantes, além de serem supercariogênicos, representam um perigo a mais para a saúde do dente: muitas dessas bebidas contêm substâncias ácidas que, com o tempo, desgastam e corroem o esmalte dos dentes. O melhor é não criar o hábito de tomar refrigerantes, não oferecendo a bebida na mamadeira aos bebês e, para os mais crescidos, restringindo seu consumo a festas e ocasiões especiais.

Cuidado com os doces Balas, chocolates, pirulitos, gomas de mascar estão no topo da lista dos alimentos que mais provocam cáries. Só que também costumam ser os campeões na preferência infantil. Não é o caso de abolir totalmente essas guloseimas, mas é muito importante controlar o consumo de modo a causar o menor dano possível aos dentes.
No capítulo doces, o perigo está ligado à freqüência e à consistência. Quanto à freqüência, é pior comer doces várias vezes ao dia do que uma só vez. Em relação à consistência, quanto mais "grudento" o doce, pior o tempo que fica aderido ao dente aumenta a chance de cáries. Assim, balas moles são piores do que balas duras.
Higiene permanente
Bons hábitos de higiene bucal vêm do berço. Essa não é apenas mais uma frase de efeito; quer dizer que, além do bom exemplo que os pais devem dar, precisam começar a cuidar da limpeza da boca do bebê desde cedo, na fase em que ainda dorme no berço.
Até os 6, 7 meses, a limpeza costuma ser realizada com uma gaze ou uma dedeira molhada em água filtrada. Alguns dentistas aconselham limpar as gengivas do bebê após cada mamada, mesmo quando ele ainda não tem dentes.
Há outra corrente que descarta a necessidade de limpar as gengivas antes do primeiro dente, com o argumento de que as bactérias causadoras da cárie não temcomo se desenvolver antes de surgir uma superfície dura (o dente) onde possam se fixar.
Mas, assim que aparecer o primeiro dente, não bobeie: escovinha nele. Sim, é possível usar escova dental desde o início. Existe um modelo apropriado para cada fase. Nesse período, os dentistas recomendam umedecer as cerdas da escova em água filtrada na hora da limpeza.
Para fazer a escovação, coloque o bebê no colo, de costas para você, com a cabeça apoiada no seu corpo. Escove os dentinhos com delicadeza, fazendo movimentos circulares ou de vai-e-vem. No início, não se preocupe muito com a técnica dos movimentos, até você e o bebê estarem acostumados com a novidade. Com o tempo, a escovação fica um pouco mais sofisticada: por exemplo, na parte interna dos dentes a escova desliza I de cima para baixo, e sobre, a superfície mastigatória são feitos movimentos de vai-e-vem. Mas o mais importante é escovar todas as faces de cada dente. A língua também precisa ser escovada porque é uma superfície onde as bactérias aderem com certa facilidade.
O procedimento deve ser repetido após cada refeição.
Controle de qualidade
Até os 7 anos de idade, a escovação dos dentes deve ser feita, ou complementada, por um adulto porque a criança ainda não tem controle motor suficiente para escovar os dentes de forma eficaz.
O mais provável é que, bem antes dessa idade, a criança peça para escovar os dentes sozinha. O desejo deve ser atendido, porque é uma forma de estimular o hábito da escovação, mas fique combinado que a mãe ou o pai sempre dá a escovada final.
Do início da fase escolar até a puberdade, o esperado é que a criança escove os dentes sozinha e tenha incorporado o costume de fazê-lo após as refeições. Mas ainda é função dos pais supervisionar e exercer um "controle de qualidade" na escovação.Se não podem acompanhar todas as escovações do dia, os pais devem se concentrar na noturna, que é a mais importante durante o sono, diminui a salivação e a resistência às bactérias da cárie.

A escovinha ideal
A primeira escova do bebê precisa ter cerdas extramacias, para não machucar as gengivas. A cabeça tem de ser pequena, assim alcança os dentinhos do fundo sem causar desconforto, mas o cabo deve ser longo, para que o adulto que está fazendo a escovação consiga limpar todos os dentes da criança.
Os dentistas recomendam a substituição da escova a cada dois ou três meses porque as cerdas se deformam, dificultando uma escovação eficaz. Após esse período, também é mais difícil eliminar todos os resíduos que ficam acumulados entre as cerdas.
Crie um bom escovador
Se os pais têm bons hábitos de higiene bucal, a criança vai adquirir o gosto pela coisa mais facilmente. Além disso, o hábito pode ser estimulado se a hora da escovação for um momento divertido e de descontração. Uma forma de fazer isso é contar uma boa história em que os personagens principais são a escova, a pasta e os dentes. Os vilões, é claro, são as cáries. A escova pode ser a arma superpoderosa, a única capaz de encontrar os bichinhos invisíveis que se esconderam na caverna do herói (a boca de seu filho).
A mãe ou o pai que supervisiona a escovação pode, com um olhar de raios X, ver se a escova pegou ou não cada bichinho e, com a narração dos acontecimentos, orientar a criança para a maneira correta de escovar.
O importante é que a criança associe o escovar os dentes com algo bom. a pior é fazer da hora da escova um momento de brigas e ameaças, que a criança vai relacionar com uma obrigação chata e até utilizar para fazer birras e chantagens.


A primeira pasta
Nos primeíros anos devida, o creme dental utilizado não pode ter flúor. Como ainda não sabe cuspir nem bochechar, a criança acaba engolindo a pasta e ingerindo mais flúor do que o recomendado - em excesso,essa substância causa fluorese, distúrbio que afeta o esmalte e produz manchas nos dentes. Se você não encontrar pasta sem flúor, não se preocupe: apenas a escova, utilizada da forma correta, já é o suficiente para prevenir a ação das bactérias causadoras da cárie.
Quando a criança aprende a cuspir (o que ocorre entre 2 e 3 anos), já pode usar creme com flúor; em pequena quantidade: coloque na escova o equivalente a um grão de ervilha de creme dental. É recomendável um com menor concentração de flúor na fórmula - em geral, os produtos destinados ao público infantil têm essa característica.

Dedo e chupeta

O que o hábito pode causar

Deixar a arcada muito estreita ou muito aberta.
Favorecer a mordida cruzada.
Empurrar os incisivos superiores para frente.
Prejudicar o formato do palato (céu da boca).
Na fase dos dentes de leite, uma das preocupações dos odontopediatras e dos pais é o hábito de usar chupeta ou chupar o dedo. Esses hábitos correspondem a um instinto natural dos bebês, o da sucção, e, principalmente para os que não mamam no peito, são uma espécie de mal necessário - o bebê precisa mesmo sugar e não se deve privá-lo disso.
Porém, os movimentos de sucção realizados para chupar o dedo ou a chupeta estão longe de ser os ideais para a dentição do bebê. Diferentemente dos movimentos para sugar o peito, não favorecem de forma correta o desenvolvimento da musculatura e dos ossos faciais, prejudicando assim a deglutição, a mastigação e a fala. A freqüência, a intensidade e a duração desses hábitos podem determinar problemas ortodônticos nos dentes permanentes. É mais fácil controlar esses três fatores (freqüência, intensidade e duração) com a chupeta do que com o dedo.
A primeira pode ser retirada em momentos estratégicos (assim que o bebê adormece, por exemplo) e o dedo está, literalmente,"sempre à mão".
É mais fácil, também, tirar a chupeta na época necessária - sendo o ideal até os 2 anos, segundo os dentistas.
Mas eles também acreditam que, se o hábito for removido até os 3 ou 4 anos, eventuais problemas ortodônticos podem ser revertidos.
Como minimizar esses efeitos
* Use chupetas ortondônticas.
* Não ofereça a chupeta a todo momento nem ao menor sinal de choro do bebê.
* Não deixe a chupeta pendurada na roupa ou em correntinhas, sempre à disposição.
* Assim que a criança adormecer, retire a chupeta.
* Se o bebê chupa o dedo, tente substituir pela chupeta ortodôntica.
* Quando a criança estiver com o dedo na boca, atraia sua atenção para atividades que ocupem as mãozinhas.


Caiu, bateu
Levar um tombo e bater o dente é bem comum na vida das crianças. Veja o que fazer nestes casos.

O dente só saiu do lugar, mas não caiuLave bem as mãos e empurre delicadamente o dentinho, colocando-o de volta no lugar. Se isso for feito na hora, não vai doer.

O dente caiu
Os dentistas recomendam que os pais façam assepsia das mãos, segurem o dente pela coroa, sem tocar na raiz, retirem resíduos lavando delicadamente, sem esfregar, e tentem recolocá-lo na mesma hora no local. Se isso não for possível, coloque o dentinho em um recipiente com leite, soro fisiológico, água-de-coco ou água filtrada e vá para o dentista. Mas atenção: se o dente for de leite, muitos especialistas são contra a tentativa de reimplante porque as chances de sucesso são pequenas e há risco lesar o germe do dente permanente.

Não foi possível recolocar o dente no lugar
Após uma avaliação, o dentista pode colocar um dente postiço para manter o espaço do dente que caiu e por razões estéticas.

O dente batido não caiu, mas a gengiva sangrou
Procure o dentista rapidamente. Nos primeiros 15 dias após o trauma, não dê alimentos duros à criança.
Observe se, após três meses, não surge uma fístula (bolinha branca com pus) em cima do dente que bateu.

Quebrou um pedacinho do dente.

Guarde o pedacinho quebrado em leite, soro fisiológico, água-de-coco ou filtrada e leve ao dentista para uma possível restauração.

O dente batido entrou na gengiva
Se o dente não entrou totalmente na gengiva, lave muito bem as mãos e tente puxar o dentinho para fora novamente. Se houve intrusão total, procure imediatamente o dentista para uma avaliação do problema.
As visitas obrigatórias e regulares ao dentista começam por volta dos 2 ou 3 anos de idade,quando a criança já completou a dentição de leite. Mas, atualmente, recomenda-se que a primeira consulta seja feita mais precocemente: quando o bebê está com cerca de 6 meses, época em que surgem os primeiros dentinhos.
O que pode ser feito nessa primeira visita? Basicamente, é uma consulta de orientação aos pais. O odontopediatra vai avaliar os hábitos de alimentação e higiene bucal do bebê e, se necessário, sugerir mudanças ou demonstrar na prática o que e como os pais devem fazer para cuidar dos dentes dele. Mas não é só isso. Nessa fase, é possível fazer o diagnóstico de desalinhamento dos dentes, prevenindo problemas. Também é melhor que o bebê já tenha tido contato com o dentista numa situação tranqüila se, por acaso, for preciso uma consulta de emergência, como no caso de uma fratura no dente.

Na consulta quando a criança já tem mais de 2 anos, os procedimentos e aparelhos utilizados pelo odontopediatra são praticamente os mesmos que se usam em pacientes adultos. A diferença é que esse profissional está preparado para lidar com os medos, ansiedades ou mesmo birras dos pequenos pacientes. O consultório também é equipado" com brinquedos e decorado de forma lúdica, para deixar a criança mais à vontade e envolvê-la
na aquisição de bons hábitos ou nos tratamentos.
A freqüência das consultas é dada pela avaliação que o dentista faz de cada caso. A regra é manter consultas de rotina a cada seis meses.
Mas, se a criança tem uma dieta que favorece o aparecimento de cáries, não conseguiu abandonar a mamadeira noturna ou ainda apresenta manchas esbranquiçadas nos dentes - que podem ser sinal de cárie ou de excesso de flúor, o dentista pode pedir consultas mais assíduas, a cada três meses, por exemplo.


Tá mole!

A partir dos 6 anos, grandes mudanças vão ocorrer na boca da criança, com a substituição dos dentes de leite pelos permanentes. A primeira pode até passar despercebida: é o nascimento do primeiro molar permanente. Como esse dente não substitui nenhum de leite, nasce atrás do décimo dentinho (o segundo molar), lá no fundo da boca, é pouco visível e, às vezes, difícil de escovar. Mas é preciso atenção na higiene, porque o primeiro molar permanente é determinante para posicionar os outros dentes na arcada.
Com o aparecimento do primeiro molar, começa a troca de dentes: caem os de leite e, num intervalo de seis meses, mais ou menos, surgem os seus correspondentes permanentes. A seqüência e a idade em que ocorre a erupção de cada dente permanente podem variar (como nos dentes de leite), mas em geral seguem a ordem abaixo.
Os últimos dentes a nascer são os do siso (terceiros molares), que só vão surgir lá pelos 18 anos, completando assim a dentição permanente:16 dentes no arco inferior e 16 no superior.

Fase mista
Na fase de dentição mista, é preciso checar se o alinhamento dos dentes está ocorrendo de forma harmônica e se há boa oclusão. Se houver problemas, quanto mais cedo for iniciado o tratamento ortodôntico, melhores serão os resultados e menor a probabilidade de o tratamento exigir a extração de algum dente.



Referência: Oral-B.